Eu estava quieto, era um simples sample quando você apareceu.
De cara já foi se abrindo, falando...
Tagarelando contos e planos.
Falou de alegrias e tristezas, e entre uma ou outra rima desconcertada, eu me encantei.
Mas permaneci quieto, sempre quieto, te ouvindo e me sentindo importante.
e ouvi-la era o que me fazia existir.
A primeira frustração veio com um comentário. Cego, não percebi que você falava comigo e todo mundo
Compartilhava com o mundo segredos que, eu achava, eram só pra mim.
Não eram tantos leitores, reconheço. Mas a intenção era essa!
Mas, como sempre, calei. E recebi, aberto, os comentários dos outros, entre nossa relação.
E haviam muitos os que falavam entre nós. E você, exibida, gostava e respondia.
Nossa relação já dura mais de dois anos, e hoje, pela primeira vez, vou quebrar o meu silêncio.
Te ouvi por todo esse tempo, mas essa segunda frustração não quero aceitar calado!
Depois de tudo, não estou suportando esse abandono. Não é certo comigo, tão fiel ouvinte.
Nunca reclamei das grosserias, nem dos palavrões. Nunca reclamei ser comparado com outros, mais cheios, mais disputados.
Aceitei alguns sumiços, porque, inspirada, você voltava animada, e me enchia.
Me enchia de palavras que eram o próprio ar que eu respirava. Esse ar quente que sai de você.
Mas agora cheguei ao limite e grito a dor do abandono
E desabafo agora, desabafos de um blog abandonado!