Eles são
mesmo eternos muleques. Eternos menininhos. Não enlouqueçamos com isso.
Aproveitemos sua eterna disposição ao maravilhamento.
Eles querem
nos guardar em baixo do peito. Mas prendem as vezes. É só saber se soltar com
ternura e astúcia. Eles hão de aprender que nós não somos passarinhos de
gaiola, e sim harpias. Apenas nossos coraçõezinhos saltam como passarinho preso
na mão.
Eles têm
preguiça de levantar, sair, reinar, suar, fazer. Não vale brigar, é melhor
tentar, seduzir, voltar pela porta
contando as estripulias, os aprendizados, as aventuras. Duvido não fazer gosto
no nêgo.
Não ajudam,
não colaboram, não limpam, esquecem de fazer. Repare no carinho, no cuidado,
como lembram seu doce favorito, sua posição favorita, sua música favorita na
hora de não trocar a faixa. São só a primeira frase? Deixe-os sem olhar pra
trás.
São voyers,
nos exibamos. São exibidos, desafiamos. Briga intelectual, pacto cotidiano. Amar
é ter um melhor amigo que dorme de cueca na mesma cama que você.