15 junho, 2010

Sobre carros ( e outros vícios)

Sou car addicted.

Quem me conhece sabe que uma das coisas que mais me tiram o humor, na vida, é o trânsito e tudo o que se relaciona com ele.

Questões humanas de cortesia, questões ambientais, o fato de perdermos horas e horas da nossa vida, etc...

E qual não é a contradição de eu mesma ser car addicted?

Sim, odeio dirigir. Mas sou do tipo que no dia do rodízio arranjo outro carro pra poder sair.

Fazer o quê? É meu inferno pessoal. Não encho o tanque, não checo as velas, e demorei meses pra descobrir que meu carro tinha um mini tanque de gasolina na frente... e que eu tinha que enchê-lo também...



Pois bem que passei o fim de semana fora e quando cheguei na segunda o pneu do meu carro tava no chão... Devia estar furado e eu nem percebi.

Contrariada, deixei o carro na garagem e, obviamente viciada, peguei um táxi.

Dia duro. Mas estava decidida a voltar de ônibus. Claro... to longe, longe de esbanjar dinheiro.

No fim, ganhei uma carona. De carro.


Quando cheguei em casa... descobri que o pndeu no chão era até uma boa notícia.

Quando cheguei: a cartinha. Aquela que tem o logotipo do Detran. Você já recebeu?
Eu já. Inúmeras. Incontáveis.
Achei que fosse outra dessa. Outra multa.

Mas não era. Era justamente o resultado das incontáveis anteriores. Que, como vim a descobrir, são bem contáveis. Vinte pra ser exata. Mas meu número somava trinta e dois.

Perdi minha carta. Minha carta de motorista.



Sou uma motorista muito educada. Prezo mais do que ninguém a educação e a humanidade no trânsito. Nenhuma multa é de farol vermelho, parar em faixa de pedestre, não usar seta.... nada. Nada disso.

A questão é que sou distraída pra caralho. E indolente.

Esqueço do rodízio uma vez por mês. Falo no celular... ouço meu IPod... E o governo decidiu, por bem, que não me quer mais dirigindo. Por tempo por ele determinado, ao menos.


A questão é o vício.

Com esse devaneio todo cheguei a uma conclusão um tanto aterradora. Sou viciada em muita coisa, lícita ao menos...

Sou fumante, por mais que tente me convencer do contrário. Sou sim viciada em cigarro.
Bebo toda semana, sem exceção. Não lembro da última vez que passei mais de quatro dias seguidos sem beber. Nem quando fui sozinha pra Bonito, paraíso ecológico no meio do Mato Grosso. Nem quando passei dias caminhando pelo litoral vazio do Uruguai. Nem...
Sou viciada em chocolate também. Assim como muitas pessoas que conheço. Difícil eu passar um dia sem ingerir ao menos um tequinho da delícia marrom.
Café nem se fala. Já desisti de resistir. Não saio da cama sem ele. Duro, duro aceitar que minha cabeça até dói quando não tomo o sumo preto e amargo.

Agora a descoberta da dependência veicular... uma lástima.

Não sei o que vou fazer. Ainda não estou aceitando. Vim trabalhar de carro hoje. (com outro, pois meu pneu permanece no chão). Vim de carro com uma desculpa na ponta da língua caso peguem minha carteira ilegal

“Não recebi cartinha nenhuma, seu guarda...”

Não sei mesmo quais sintomas são necessários para considerar que alguém seja viciado em algo.
Tudo bem que ainda não vendi o microondas da minha mãe pra comprar Nutellla, nem uma xícara de expresso.

Mas vai saber, né?

Bem sei também que to tentando me viciar em correr, como tenho notícias que muita gente o é; mas esse é um vício que tá difícil de adquirir... por enquanto.

E você? Qual seu vício?

3 comentários:

  1. HUAHAHUAHUAHUAHUAHUAHUAUAUHAHUAUAH
    Eu sou viciada em suas palavras, Tchu. Ouvi-las, lê-las. ADORO!!!!
    Mas olha só, troca logo o pneu do carro porque pode estragar a roda, a suspensão, o eixo... e vai sair ainda mais caro esse não-vício.

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  2. sim sim! Já troquei

    Brigada tchu!!

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  3. Ro, o negócio é andar de ônibus. A gente escuta cada uma, vê cada figura. No Brasil, carteira de motorista é apenas um detalhe. Mas eu recomendo que você leve a sério esse recado do Detran e descubra a sua linha na SPTrans (hahaha). Isso vai te ajudar a sustentar o vício da corrida, também. Beijo

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