Tava pensando... e quis escrever pra dividir. Escrevi rápido sem pensar na parte escrita em si.
Fumava meu cigarro após o almoço, andando pela calçada e discutindo com um novo amigo (ironia ou não, ex repórter da Rádio Sul América Trânsito) sobre a velha(?) questão Serrística paulistana da proibição dos cigarros em bares.
Já discuti muito essa questão e estou com preguiça de levantar outros pontos aqui a não ser este da fumaça mesmo.
A desculpa que todos usam pra taxar os fumantes de "assassinos dos fumantes passivos" é que a proibição protege o pulmão dos garçons que trabalham em bares...
Pelo amor de deus, não????
Meu argumento é que o Serra está tão preocupado com os pulmões dos pobres garçons quanto vocês aí, que lêem, estão preocupados com o descascar das paredes da fachada do estabelecimento comercial situado em alguma esquina de Perdizes: Zero!
Isso porque nem Serra nem político nenhum está preocupado com o pulmão, por exemplo, dos guardas de trânsito que passam 4 horas na esquina da Av. Rebouças com a Brasil, cruzamento que atravesso todo dia, e que tem mais fumaça em um dia do que eu já soltei em bares durante toda a minha existência como fumante.
Também não vejo muita preocupação por parte de nosso excelentíssimo candidato a presidência com a saúde pulmonar, física e psicológica do imenso contingente de profissionais de fábricas de metais pesados, isopor, amianto, minas de carvão, usinas nucleares ou as terríveis fábricas de auto-peças (eu já gravei pra saber) que de tão barulhentas deixam qualquer ser humano completamente desorientado em 15 minutos, que dirá em turnos de seis horas diárias.
Não to defendendo o cigarro aqui, to, mea culpa, condenando a fumaça e o barulho dessa cidade que há muito já se mostrou pouco receptiva pra quem tem a infelicidade de ter que se deslocar por ela. E isso, hoje, com melhores argumentos assaltados do maravilhoso blog do Denis Russo.
Tenho amigos que não têm carro e se deslocam por São Paulo a pé, de bike, de moto, e até de transporte público, vá lá!... e são eles meus ídolos diários, eles sim (e outros como eles) estão colaborando para uma cidade mais limpa (e silenciosa, pelos bikers) pra mim e pros meus pulmões que, segundo alguns apocalípticos, estão terrivelmente condenados graças ao meu cigarro pós almoço, (e não pelo ar podre ou pela quantidade de agrotóxicos que eu ingiro diariamente ).
Por isso deixo aqui minha homenagem a eles. Que abandonaram o carro, (pelo menos nos cinco dias úteis da semana), coisa que eu ainda não fiz graças a um misto de medo (sou descordenada o bastante para a bike ser, pra mim, um esporte de alto risco) e de preguiça.
Por tudo isso, achei por bem colar aqui os argumentos bacanas que me valeram esses cinco minutos de vontade de falar sobre fumaça: (somados a conversa jogada fora com o Rodrigo, o tal amigo, durante o cigarro)
"Ano passado, por determinação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a quantidade máxima de enxofre no diesel de caminhões deveria ter sido reduzida. Mas a ANP se esqueceu de entregar à Petrobras as novas especificações do combustível. A Petrobras se fez de morta e, quando ficou em cima da hora, alegou que não havia tempo hábil para fazer a mudança. A ANP então adiou a redução para 2012. Saldiva (o médico Paulo Saldiva) fez as contas:
– 14.000 pessoas vão morrer em conseqüência direta dessa prorrogação. O governo precisa saber que, ao aprovar o adiamento, autorizou a morte de 14.000 pessoas.
Ele não alivia. É especialmente crítico às empresas de petróleo, que segundo ele, deveriam incluir na sua conta o prejuízo que causam ao país, em dinheiro e em vidas.
Sim, poluição mata. Mata 12 pessoas por dia só em São Paulo. Mata mais idosos que jovens. Mata mais pobres que ricos. Quem mora na periferia e tem que esperar nos pontos de ônibus respira mais veneno do que quem está passando pelo ponto de carro soltando fumaça. Dê uma olhada no mapa que mostra a incidência de mortes por doenças respiratórias na cidade: quem mais morre é quem vive nas regiões mais pobres."
(continua no post do Denis Russo)
É isso, por agora.
Rô, acho que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. A lei antifumo tem sido benéfica, sim, para todos. Inclusive para os que fumam. Você voltar para casa e não ter a vontade de jogar a sua roupa no lixo, com aquele cheiro fortíssimo de cigarro, é um baita benefício. Fora as baforadas na cara, que mereciam extinção. A poluição das fábricas, dos carros e de tudo mais são mesmo muito piores. Mas não dependem só de uma pessoa para deixar de existir. É superestimar demais o nosso ex-governador ou quem quer que seja. Temos compatibilidade de heróis. Também sou fã dessas pessoas. Bom mesmo esse Denis Russo. Beijo
ResponderExcluirnossa li o post do denis russo outro dia...
ResponderExcluiré bem bolado o lance da equação dos carros...
mas sei lá, proibições de carros, cigarros, drogas, alcool, e tudo mais só gera transtorno e violência.
Rubens