19 agosto, 2011

do tempo

Me lembro dos tempos de liberdade, quando praia era sinônimo de vodka com bala no cair da tarde.

Nem sei se era mesmo uma liberdade, mas a função de abrir meu cabeção foi cumprida deliciosamente bem. O Brasil todo caminhava para seus tempos glórios quando, ele próprio, estava passando de coitado sub terceiro para imperialista dos mais pobres, orgulhando-se de suas multinacionais emporcalhando os jardins vizinhos. Um tempo de histeria moralista, onde as igrejas evangélicas angariavam fiéis tristes com a mesma velocidade que crianças nascem. Alguns anos antes de conhecermos a ditadura da saúde fictícia, onde fumar cigarro viraria sinônimo de perseguição.

Eu percebia isso tudo com o filtro do LSD. Mas liberdade hoje é diferente, ela existe na folga do trampo das 10h às 18h e pode ser adquirida em até três parcelas fixas em algum site de compras coletivas.

Mas eu estava dividida naquele tempo (e ainda). Nunca fui de agir muito. Atitude não é minha moda. Na verdade, moda nem é minha moda. Eu entendo tudo e, no máximo, tagarelo pra meia dúzia. Tudo bem. Os goles me satisfaziam

Não mais. Quero viajar mais, pra mundos e lugares. Fazer chá de vida e beber ainda quente.

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