Sobre o post anterior fiquei pensando.
Pensando no silêncio e no bonito deserto que, parece-me porque espelho, está dentro de mim.
Lembrei do Deserto do Atacama, 2008. Um das viagens mais lindas e mágicas da minha vida.
Aí a caminhada nesse ano novo, e o deserto das praias uruguaias.
E, em 2007, o silêncio colorido dos mergulhos em Bonito.
Estar na natureza é a coisa mais importante da minha vida. Não abro mão desse contato nem um ano sequer. Um contato porfundo mesmo. Natureza de verdade.
Ela sempre consegue me mostrar o que tá passando dentro de mim. Me chama mesmo.
Pensando no post abaixo eu achei engraçado toda essa coincidencia de deserto e silêncio. Dentro de mim, na natureza e na arte.
30 janeiro, 2010
leituras...
Estou no fim do livro do Miguel Souza Tavares.
Foi logo que começou o ano e voltamos ao trabalho. Minha querida amiga, a Carol, disse que tinha um livro que eu iria gostar muito. Ela iria trazer porque eu tinha que ler!
Gosto de prestar atenção nessa troca de energia que existe entre as pessoas (não é ao acaso.)
A Carol trouxe. "No Teu Deserto", de um jornalista portugues, que vinte anos antes atravessara o deserto do Sahara, com um jipe e uma moça que ele conheceu na viagem, uns quinze anos mais nova que ele.
O livro é uma ode ao silêncio. É dele o trecho do post abaixo.
E é dele esse trecho também:
" (...) e eu sentia-me bem assim, protegida pelo som da tua voz, pelo teu relato de florestas distantes e estranhos nomes de peixes e bichos que ali pareciam tão irreais como irreal me parecia toda esta felicidade que não te sei dizer! E só percebi quando a perdi.
A maior parte do tempo, porém, o que nós partilhávamos era o silêncio. E isso eu aprendi contigo, porque não sabia. Para mim, o silencio era sinal de distância, de mal estar, de desentendimento. Ao princípio, quando ficávamos calados muito tempo, eu sentia-me inquieta, desconfortável, e começava a falar só para afastar esse anjo mau que estava a passar entre nós.
Um dia tu disseste-me:
- Claudia, não precisas de falar só porque vamos calados. A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silencio."
Lendo o livro lembrei de um filme. Talvez um dos mais belos filmes que eu já vi. "Camelos Também Choram".
Lembrei dele pelos camelos, pelo deserto, e pela economia de palavras. Esse filme quase não tem diálogos, praticamente não tem trilha sonora, só o som do vento de areia. O filme é sublime. Assim como é sublime a vida dos nomades do deserto. A comunicação que dispensa quase tudo. Mantem somente o lindo e mágico entendimento entre as pessoas. Sem exageros. Só o essencial.
" (...) - Mas tu não poupas as palavras: tu escreves. Todas as noites gastas uma hora a escrever um diário nesse teu caderno...
- Escrever não é falar.
- Não? Qual é a diferença?
- É exatamente o oposto. Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares demais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer."
Foi logo que começou o ano e voltamos ao trabalho. Minha querida amiga, a Carol, disse que tinha um livro que eu iria gostar muito. Ela iria trazer porque eu tinha que ler!
Gosto de prestar atenção nessa troca de energia que existe entre as pessoas (não é ao acaso.)
A Carol trouxe. "No Teu Deserto", de um jornalista portugues, que vinte anos antes atravessara o deserto do Sahara, com um jipe e uma moça que ele conheceu na viagem, uns quinze anos mais nova que ele.
O livro é uma ode ao silêncio. É dele o trecho do post abaixo.
E é dele esse trecho também:
" (...) e eu sentia-me bem assim, protegida pelo som da tua voz, pelo teu relato de florestas distantes e estranhos nomes de peixes e bichos que ali pareciam tão irreais como irreal me parecia toda esta felicidade que não te sei dizer! E só percebi quando a perdi.
A maior parte do tempo, porém, o que nós partilhávamos era o silêncio. E isso eu aprendi contigo, porque não sabia. Para mim, o silencio era sinal de distância, de mal estar, de desentendimento. Ao princípio, quando ficávamos calados muito tempo, eu sentia-me inquieta, desconfortável, e começava a falar só para afastar esse anjo mau que estava a passar entre nós.
Um dia tu disseste-me:
- Claudia, não precisas de falar só porque vamos calados. A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silencio."
Lendo o livro lembrei de um filme. Talvez um dos mais belos filmes que eu já vi. "Camelos Também Choram".
Lembrei dele pelos camelos, pelo deserto, e pela economia de palavras. Esse filme quase não tem diálogos, praticamente não tem trilha sonora, só o som do vento de areia. O filme é sublime. Assim como é sublime a vida dos nomades do deserto. A comunicação que dispensa quase tudo. Mantem somente o lindo e mágico entendimento entre as pessoas. Sem exageros. Só o essencial.
" (...) - Mas tu não poupas as palavras: tu escreves. Todas as noites gastas uma hora a escrever um diário nesse teu caderno...
- Escrever não é falar.
- Não? Qual é a diferença?
- É exatamente o oposto. Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares demais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer."
25 janeiro, 2010
Silêncio.
"Quando um de nós ficava parado a contemplar o deserto, o outro não deveria dizer nada. Tudo o que se pudesse dizer, naquelas alturas, ali, em frente ao nada ou ao absoluto, seria tão inútil que só poderia vir de uma alma fútil. Tudo o que se diz de desnecessário é estúpido, é um sinal destes tempos estúpidos em que falamos mais do que entendemos. No deserto, não há muito a dizer: o olhar chega e impõe o silêncio."
trecho de No Teu Deserto de Miguel Souza Tavares
Às vezes eu falo demais. Mais do que deveria. Mais do que gostaria.
Vou tentar parar com isso.
trecho de No Teu Deserto de Miguel Souza Tavares
Às vezes eu falo demais. Mais do que deveria. Mais do que gostaria.
Vou tentar parar com isso.
23 janeiro, 2010
MAD
Gosto de escrever
Trabalho com texto
Vou ser sincera... eu até que gostava das aulas de portugues na escola. Sei algumas regras básicas de vírgula... sei ortografia... mas passo muito, muito longe de conhecer a Gramática.
Às vezes me perguntam como eu aprendi a escrever:
- Lendo!
E me perguntam como eu aprendi a ler:
- Lendo!
Assim que eu fui alfabetizada. Veja bem, há diferenças entre ser alfabetizada e saber ler.
Bem... assim que fui alfabetizada saí lendo neuroticamente tudo que encontrava e, bem, minha casa nunca foi exatamente uma casa de intelectuais, dessas que os pais ouvem Ópera, que é lotada de estantes com livros de filósofos, sociólogos, romances clássicos. etc... Na verdade, bem longe disso.
Por isso eu lia as coisas mais bizarras: livros decorativos das estantes da minha casa (sabe aqueles livros que têm capa bonita e as pessoas colocam na sala para enfeitar, não importa o assunto?), passando por enciclopédias, bulas de remédio, e pelos livros da biblioteca do meu avô, que eram basicamente sobre Espaço, planetas, vulcões, rochas, dinossauros...
mas se existe uma coisa que eu lembro com muito carinho da minha infância é a magnífica coleção do meu avô de revistas MAD
Alguém já leu a Revista MAD!??!?!
Meu avô tinha uma coleção respeitável. Umas 100 revistas. De vários anos. De quando eu nem tinha nascido 1979, 1980, 81...
Eu li todas essas revistas. Cerca de cinco vezes cada uma. De fato, penso que talvez a revista MAD tenha sido responsável por formar parte da minha personalidade (o que, na verdade, é um diagnóstico um pouco preocupante. Quem já leu, sabe porquê)
Eu passava as férias no sítio, e, na época, não tinha TV lá. Quando o sol se punha e todo mundo ia fazer sua atividade indoor favorita, eu lia MAD. Lia, lia, lia.
O engraçado é que a MAD é uma revista de sátiras. Humor irônico e escrachado tbm, mas principalmente sátira.
E, é claro que aos dez, onze anos, eu não entendia nem 30 por cento do que lia. E, a medida que os anos passavam, e eu continuava lendo as mesmas revistas, eu ia entendendo mais e mais piadas. Acho que era um termômetro do que eu ia amadurecendo.
Entretanto, ainda hoje, às vezes lembro de uma piada e dou risada. como um "entendi!" super, hiper tardio.
Bom... fiquei bem curiosa com o que aconteceu com a MAD.
Fui dar uma pesquisada:
A trajetória da MAD no Brasil se divide em quatro séries: a primeira teve 103 números e durou de 1974 a 1983; a segunda série teve 158 números e durou de 1984 a 2000; a terceira série começou em 2000 e terminou em 2006 com 46 números publicados; a quarta série iniciou em março de 2008 e dura até hoje! Além da revista tradicional, todas as séries citadas lançaram diversas edições especiais.
Bom, separei algumas capas que eu lembro de ter lido umas mil vezes... amava os traços daqueles cartunistas! Tinha uma parte que eles faziam sátira de algum filme, recriando as cenas e diálogos. Teve vários filmes clássicos que eu conheci primeiro pela MAD, e só muito tempo depois eu fui assistir a versão original.
Tinha capas que eu nem entendia... Mas amava!!!
Trabalho com texto
Vou ser sincera... eu até que gostava das aulas de portugues na escola. Sei algumas regras básicas de vírgula... sei ortografia... mas passo muito, muito longe de conhecer a Gramática.
Às vezes me perguntam como eu aprendi a escrever:
- Lendo!
E me perguntam como eu aprendi a ler:
- Lendo!
Assim que eu fui alfabetizada. Veja bem, há diferenças entre ser alfabetizada e saber ler.
Bem... assim que fui alfabetizada saí lendo neuroticamente tudo que encontrava e, bem, minha casa nunca foi exatamente uma casa de intelectuais, dessas que os pais ouvem Ópera, que é lotada de estantes com livros de filósofos, sociólogos, romances clássicos. etc... Na verdade, bem longe disso.
Por isso eu lia as coisas mais bizarras: livros decorativos das estantes da minha casa (sabe aqueles livros que têm capa bonita e as pessoas colocam na sala para enfeitar, não importa o assunto?), passando por enciclopédias, bulas de remédio, e pelos livros da biblioteca do meu avô, que eram basicamente sobre Espaço, planetas, vulcões, rochas, dinossauros...
mas se existe uma coisa que eu lembro com muito carinho da minha infância é a magnífica coleção do meu avô de revistas MAD
Alguém já leu a Revista MAD!??!?!
Meu avô tinha uma coleção respeitável. Umas 100 revistas. De vários anos. De quando eu nem tinha nascido 1979, 1980, 81...
Eu li todas essas revistas. Cerca de cinco vezes cada uma. De fato, penso que talvez a revista MAD tenha sido responsável por formar parte da minha personalidade (o que, na verdade, é um diagnóstico um pouco preocupante. Quem já leu, sabe porquê)
Eu passava as férias no sítio, e, na época, não tinha TV lá. Quando o sol se punha e todo mundo ia fazer sua atividade indoor favorita, eu lia MAD. Lia, lia, lia.
O engraçado é que a MAD é uma revista de sátiras. Humor irônico e escrachado tbm, mas principalmente sátira.
E, é claro que aos dez, onze anos, eu não entendia nem 30 por cento do que lia. E, a medida que os anos passavam, e eu continuava lendo as mesmas revistas, eu ia entendendo mais e mais piadas. Acho que era um termômetro do que eu ia amadurecendo.
Entretanto, ainda hoje, às vezes lembro de uma piada e dou risada. como um "entendi!" super, hiper tardio.
Bom... fiquei bem curiosa com o que aconteceu com a MAD.
Fui dar uma pesquisada:
A trajetória da MAD no Brasil se divide em quatro séries: a primeira teve 103 números e durou de 1974 a 1983; a segunda série teve 158 números e durou de 1984 a 2000; a terceira série começou em 2000 e terminou em 2006 com 46 números publicados; a quarta série iniciou em março de 2008 e dura até hoje! Além da revista tradicional, todas as séries citadas lançaram diversas edições especiais.
Bom, separei algumas capas que eu lembro de ter lido umas mil vezes... amava os traços daqueles cartunistas! Tinha uma parte que eles faziam sátira de algum filme, recriando as cenas e diálogos. Teve vários filmes clássicos que eu conheci primeiro pela MAD, e só muito tempo depois eu fui assistir a versão original.
Tinha capas que eu nem entendia... Mas amava!!!
21 janeiro, 2010
Mulheres...
Seis coisas tipicamente femininas:
As oito atividades típicas para quando baixa a depressão:
Temas de conversa característicos de quem não tem nada a dizer:
Mulheres Alteradas, da cartunista argentina Maitena Inés Burundarena.
A Maitena nasceu em Buenos Aires... E hoje, olha só... mora em um povoado uruguaio!
As oito atividades típicas para quando baixa a depressão:
Temas de conversa característicos de quem não tem nada a dizer:
Mulheres Alteradas, da cartunista argentina Maitena Inés Burundarena.
A Maitena nasceu em Buenos Aires... E hoje, olha só... mora em um povoado uruguaio!
19 janeiro, 2010
17 janeiro, 2010
A Falsa Loura do Reinchenbach
E daí eu assisti "Falsa Loura", do Carlos Reinchenbach
E daí, depois de duas horas, eu tinha acabado de ver um filme incrível!
Realmente triste e doído. Crítico. Divertido tbm.
Como é bom ver coisa bacana, né?
Dificilmente eu leio críticas de filmes antes de assistí-los. Gosto de vê-los com a tela do olhar em branco.
Mas adoro ler críticas depois.
Li duas que gostei muito sobre "Falsa Loura"
Recomendo o filme, depois, recomendo as críticas: aqui e aqui
E daí, depois de duas horas, eu tinha acabado de ver um filme incrível!
Realmente triste e doído. Crítico. Divertido tbm.
Como é bom ver coisa bacana, né?
Dificilmente eu leio críticas de filmes antes de assistí-los. Gosto de vê-los com a tela do olhar em branco.
Mas adoro ler críticas depois.
Li duas que gostei muito sobre "Falsa Loura"
Recomendo o filme, depois, recomendo as críticas: aqui e aqui
16 janeiro, 2010
13 janeiro, 2010
Voltando ao Diário da Viagem
Sherlock Holmes
Eu gosto muito do Guy Ritchie!
Eu adoro o Robert Downey Jr.!
Eu amo o Jude Law!
Mas eu achei o filme Sherlock Holmes bem médio.
Eu adoro o Robert Downey Jr.!
Eu amo o Jude Law!
Mas eu achei o filme Sherlock Holmes bem médio.
12 janeiro, 2010
Observações - dia 30
Obs 1 - Sobre a saudades
O camping que ficamos em Aguas Dulces lembrou muito meu sítio.
Senti muita, muita saudades do meu sítio.
Meu sítio sempre foi meu mundo particular. Por 26 anos. Aí, ele desapareceu...
Confesso que no dia 30, a saudades resolveu vir bater um papo comigo.
E senti saudades!
Tive aquele pensamento: "se ele estivesse aqui estaria adorando isso... ou aquilo...
Falaria isso..."
Saudades é o tipo da coisa que vc não afasta, apenas, chacoalhando a cabeça...
Daí escrevi uma frase assim no meu caderno de anotações: "A saudade transforma o outro em uma sombra que caminha ao seu lado não estando mais lá."
Depois achei a frase trágica. Mas continuava fazendo sentido.
Obs 2 - Sobre os excessos
Definitivamente nossa sociedade é a sociedade dos excessos.
Na camihada aprendemos como precisamos de muito pouco.
Pouca comida. Pouca roupa.
E nada faz muita falta.
Os prazeres se transformam e ficam muito mais intensos.
Voltar a simplicidade faz a gente descobrir o prazer escondido em um PF (a fome é mesmo o melhor tempero). Não precisamos procurar o melhor restaurante. A alta gastronomia.
Os execessos nos deixam zonzos. E vamos ficando exigentes... e insatisfeitos.
É gostoso (foi gostoso) lembrar disso nesses dias uruguaios.
Tirar o sapato é uma prazer.
Dormir pesado é rotina. O dormir ganha outro peso, o de necessidade.
Não há insônia.
Obs 3 - Sobre a ansiedade.
Outra coisa boa da caminhada é lidar com a ansiedade. (principlamente pra mim, q sou ansiosa)
Não existe horário. Existe destino.
Não dá pra acelerar nada.
O momento é decidido pela maré.
Você pode seguir em frente. E mais nada.
Aproveite e sinta.
O camping que ficamos em Aguas Dulces lembrou muito meu sítio.
Senti muita, muita saudades do meu sítio.
Meu sítio sempre foi meu mundo particular. Por 26 anos. Aí, ele desapareceu...
Confesso que no dia 30, a saudades resolveu vir bater um papo comigo.
E senti saudades!
Tive aquele pensamento: "se ele estivesse aqui estaria adorando isso... ou aquilo...
Falaria isso..."
Saudades é o tipo da coisa que vc não afasta, apenas, chacoalhando a cabeça...
Daí escrevi uma frase assim no meu caderno de anotações: "A saudade transforma o outro em uma sombra que caminha ao seu lado não estando mais lá."
Depois achei a frase trágica. Mas continuava fazendo sentido.
Obs 2 - Sobre os excessos
Definitivamente nossa sociedade é a sociedade dos excessos.
Na camihada aprendemos como precisamos de muito pouco.
Pouca comida. Pouca roupa.
E nada faz muita falta.
Os prazeres se transformam e ficam muito mais intensos.
Voltar a simplicidade faz a gente descobrir o prazer escondido em um PF (a fome é mesmo o melhor tempero). Não precisamos procurar o melhor restaurante. A alta gastronomia.
Os execessos nos deixam zonzos. E vamos ficando exigentes... e insatisfeitos.
É gostoso (foi gostoso) lembrar disso nesses dias uruguaios.
Tirar o sapato é uma prazer.
Dormir pesado é rotina. O dormir ganha outro peso, o de necessidade.
Não há insônia.
Obs 3 - Sobre a ansiedade.
Outra coisa boa da caminhada é lidar com a ansiedade. (principlamente pra mim, q sou ansiosa)
Não existe horário. Existe destino.
Não dá pra acelerar nada.
O momento é decidido pela maré.
Você pode seguir em frente. E mais nada.
Aproveite e sinta.
Observação sobre caminhar na areia
Chegar ao limite do corpo é algo libertador.
Chegar ao limite e saber que dá pra continuar. Querer continuar.
É impressionante como, nessas condições, coisas simples ficam imensas.
Às vezes tá doendo... mas aí, uma brisa fresca e cheirosa vinda do mar... basta para te fazer puxar o peso da mochila, ajeitar as costas e tirar força e prazer para continuar andando.
E a chegada fica muito mais gostosa.
O banho de mar muito mais refrescante
O primeiro gole na cerveja gelada muito mais saboroso.
E deitar na areia vira um prazer intenso.
Chegar ao limite, às vezes, é delicioso.
Sim, ainda há um longo caminho pela frente.
Chegar ao limite e saber que dá pra continuar. Querer continuar.
É impressionante como, nessas condições, coisas simples ficam imensas.
Às vezes tá doendo... mas aí, uma brisa fresca e cheirosa vinda do mar... basta para te fazer puxar o peso da mochila, ajeitar as costas e tirar força e prazer para continuar andando.
E a chegada fica muito mais gostosa.
O banho de mar muito mais refrescante
O primeiro gole na cerveja gelada muito mais saboroso.
E deitar na areia vira um prazer intenso.
Chegar ao limite, às vezes, é delicioso.
Sim, ainda há um longo caminho pela frente.
11 janeiro, 2010
10 janeiro, 2010
Da preguiça...
Porque hoje é domingo, eu to com preguiça...
Mas daí o Quintana disse,
"A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda. Não poderia viajar pelo mundo inteiro."
Por isso, nesse post dou uma pausa, por preguiça, nesse mini diário de viagem.
Daí, bem agora, eu pensei: a vírgula é tipo uma preguicinha da frase.
Mas daí o Quintana disse,
"A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda. Não poderia viajar pelo mundo inteiro."
Por isso, nesse post dou uma pausa, por preguiça, nesse mini diário de viagem.
Daí, bem agora, eu pensei: a vírgula é tipo uma preguicinha da frase.
08 janeiro, 2010
Observação especial
O litoral do Uruguai é pintado de flores amarelas por todos os lados.
Caminhos rodeados de florzinhas amarelas.
E eu adoro flores amarelas !
Caminhos rodeados de florzinhas amarelas.
E eu adoro flores amarelas !
07 janeiro, 2010
Sobre o olhar
Caminhar pela praia é inacreditavelmente reparador para a mente.
As praias uruguaias não têm o recorte e a vegeteção que conhecemos no litoral brasileiro. São como um deserto de dunas.
Olhar o monocromático da areia e do mar descansa os olhos.
Sossega dos excessos de estímulos visuais.
A ausência da poluição visual permite sua mente vagar livremente...
Amós Oz... o escritor israelense, sabe disso. Ele vive no deserto.
"Há 20 anos, moro numa pequena cidade no deserto chamada Arad, no sul de Israel, cercada pelo deserto...Todas as manhãs, acordo cedo, às 5h, tomo uma xícara de café, vou ao deserto e caminho em silêncio, sozinho...O deserto me ajuda a ver as coisas em perspectiva; ele me ajuda a descobrir o que é importante e o que não é importante. O deserto é uma experiência de humildade e uma profunda inspiração."
O cenário longe e infinito de areia e do mar me lembra uma tela vazia. Um página em branco.
As praias uruguaias não têm o recorte e a vegeteção que conhecemos no litoral brasileiro. São como um deserto de dunas.
Olhar o monocromático da areia e do mar descansa os olhos.
Sossega dos excessos de estímulos visuais.
A ausência da poluição visual permite sua mente vagar livremente...
Amós Oz... o escritor israelense, sabe disso. Ele vive no deserto.
"Há 20 anos, moro numa pequena cidade no deserto chamada Arad, no sul de Israel, cercada pelo deserto...Todas as manhãs, acordo cedo, às 5h, tomo uma xícara de café, vou ao deserto e caminho em silêncio, sozinho...O deserto me ajuda a ver as coisas em perspectiva; ele me ajuda a descobrir o que é importante e o que não é importante. O deserto é uma experiência de humildade e uma profunda inspiração."
O cenário longe e infinito de areia e do mar me lembra uma tela vazia. Um página em branco.
06 janeiro, 2010
Observações sobre La Coronilla
La Coronilla é um povoado que parece que parou nos anos 50.
É a cidade mais florida que eu já vi na vida!
Todas as flores são lindas. Coloridas.
Todas as casinhas têm flores bem cuidadas em seus jardins.
Em La Coronilla conhecemos a Dona Celia que, apesar de uruguaia, fala muito bem o português.
Apesar de falar bem o português nós, os brasileiros, insistíamos em falar portunhol com ela.
A Dona Celia tem um restaurantezinho lindo, com flores de alfazema, (que já vem com pôr do Sol aquarelado)
Ela fez 33 pratos de bife a milanesa com batata frita e salada. E nos serviu muito bem acompanhados com Patricia gelada.
Adorei La Coronilla, suas flores e sua praia.
É a cidade mais florida que eu já vi na vida!
Todas as flores são lindas. Coloridas.
Todas as casinhas têm flores bem cuidadas em seus jardins.
Em La Coronilla conhecemos a Dona Celia que, apesar de uruguaia, fala muito bem o português.
Apesar de falar bem o português nós, os brasileiros, insistíamos em falar portunhol com ela.
A Dona Celia tem um restaurantezinho lindo, com flores de alfazema, (que já vem com pôr do Sol aquarelado)
Ela fez 33 pratos de bife a milanesa com batata frita e salada. E nos serviu muito bem acompanhados com Patricia gelada.
Adorei La Coronilla, suas flores e sua praia.
05 janeiro, 2010
Observações dia 26/12
observação VI : por que mesmo a gente gosta de passar perrengue?
observação VII: Tá nublado e frio no Chuí... Por que mesmo a gente fala do clima?
(alguém assiste mesmo previsão do tempo como um serviço? Ou já ficou marcado como se fosse uma vinheta?
Existe alguma novidade em previsão do tempo?
Acho que os jornais acreditam que a previsão do tempo é uma espécie de culto diário que garante que eles continuem existindo.)
observação VIII: A mochila tá pesada!
observação IX: Mulher é sempre igual. Em qualquer lugar. Em qualquer situação.
Observação sobre o grupo: 33 brasileiros sempre enchem um ônibus no Uruguai.
Esse está indo a La Coronilla. A praia que iniciaremos a caminhada.
Custou 3 reais.
observação VII: Tá nublado e frio no Chuí... Por que mesmo a gente fala do clima?
(alguém assiste mesmo previsão do tempo como um serviço? Ou já ficou marcado como se fosse uma vinheta?
Existe alguma novidade em previsão do tempo?
Acho que os jornais acreditam que a previsão do tempo é uma espécie de culto diário que garante que eles continuem existindo.)
observação VIII: A mochila tá pesada!
observação IX: Mulher é sempre igual. Em qualquer lugar. Em qualquer situação.
Observação sobre o grupo: 33 brasileiros sempre enchem um ônibus no Uruguai.
Esse está indo a La Coronilla. A praia que iniciaremos a caminhada.
Custou 3 reais.
04 janeiro, 2010
Observação extra e prévia - que deveria estar no final...
... mas eu não ligo muito pra linearidade
Observação:
O Uruguai é um país lindo!
O Ururguai é um país silencioso e vazio.
Os uruguaios são extremamente agradáveis, simpáticos... e alguns muito bonitos.
Os gaúchos gostam das praias uruguaias.
Todos os uruguaios tomam mate (chimarrão para nós). O tempo todo, em todos os lugares.
É muito bonito olhar.
Todas as idades, todos os momentos, todos estão com a cuia em uma mão, e a garrafa térmica em baixo do braço.
Eu estou simplesmente apaixonada pelo Ururguai. Todo lugar é vazio de um jeito gostoso... Afinal de contas, são apenas 3 milhões e meio de pessoas.
Quietude e serenidade.
E as praias não têm barraquinhas-barulhentas-vendendendo-todo-tipo-de bugiganga-comestível-e/ou-desnecessária.
Observação:
O Uruguai é um país lindo!
O Ururguai é um país silencioso e vazio.
Os uruguaios são extremamente agradáveis, simpáticos... e alguns muito bonitos.
Os gaúchos gostam das praias uruguaias.
Todos os uruguaios tomam mate (chimarrão para nós). O tempo todo, em todos os lugares.
É muito bonito olhar.
Todas as idades, todos os momentos, todos estão com a cuia em uma mão, e a garrafa térmica em baixo do braço.
Eu estou simplesmente apaixonada pelo Ururguai. Todo lugar é vazio de um jeito gostoso... Afinal de contas, são apenas 3 milhões e meio de pessoas.
Quietude e serenidade.
E as praias não têm barraquinhas-barulhentas-vendendendo-todo-tipo-de bugiganga-comestível-e/ou-desnecessária.
Observações anotadas em pedaços de papel.
... quando dava.
O resto tá anotado na memória mesmo.
Dia 1 - 25/12. Observação número 1 - de reconhecimento.
Entrei no portão de embarque sabendo que iria encontrar, pelo menos, 15 pessoas de um grupo.
Entrei no avião e comecei a reconhecer as pessoas pelas coisas penduradas.
Cantil, sleeping, travesseiros infláveis, etc...
Engraçado a primeira impressão de pessoas que depois iremos conhecer muito melhor.
Dia... foi aqui que perdi a conta dos dias.
Observação número 2 - Sobre o Ponto extremo Sul do Brasil
O Chuí parece uma cidade fantasma.
Uma cidade antiga de interior...
Em uma rua... o Brasil está de um lado e o Uruguai do outro.
Exatamente nessa rua, no lado uruguaio, tem um Cassino. Talvez ele esteja lá só pq aqui é proibido... tipo uma tentação ao atravessar uma rua.
Não sei porque reparei nesse tipo de detalhe. Talvez porque seja frágil à tentações... talvez seja porque eu adoro atravessar a rua. (metaforicamente... claro, porque na vida real, eu costumo ter problemas em atravessar a rua... graças a minha singular cabeça de vento, que me faz ser uma constante quase vítima de atropelamentos)
Atravessar a rua é muito perigoso. Mas precisamos saber o que há do outro lado.
(por que a galinha atravessou a rua? )
(Uma família de tomates resolveu atravessar a estrada...)
A questão é que atravessamos a rua. Todos os 33 brasileiros. Com suas casas nas costas.
Para descobrir que o lado uruguaio, até então, não diferia em nada do lado brasileiro. A não ser pelo fato das placas estarem escritas em Espanhol. Brasileiros e uruguaios se confundem nas ruas, ambos caminham pelos dois lados.
Há muitas casas de cambio.
O que se eu soubesse antes, teria poupado uma peregrinação até o Bom Retiro.
Chuí. Um lado da rua é o Brasil... o outro é o Uruguai
O resto tá anotado na memória mesmo.
Dia 1 - 25/12. Observação número 1 - de reconhecimento.
Entrei no portão de embarque sabendo que iria encontrar, pelo menos, 15 pessoas de um grupo.
Entrei no avião e comecei a reconhecer as pessoas pelas coisas penduradas.
Cantil, sleeping, travesseiros infláveis, etc...
Engraçado a primeira impressão de pessoas que depois iremos conhecer muito melhor.
Dia... foi aqui que perdi a conta dos dias.
Observação número 2 - Sobre o Ponto extremo Sul do Brasil
O Chuí parece uma cidade fantasma.
Uma cidade antiga de interior...
Em uma rua... o Brasil está de um lado e o Uruguai do outro.
Exatamente nessa rua, no lado uruguaio, tem um Cassino. Talvez ele esteja lá só pq aqui é proibido... tipo uma tentação ao atravessar uma rua.
Não sei porque reparei nesse tipo de detalhe. Talvez porque seja frágil à tentações... talvez seja porque eu adoro atravessar a rua. (metaforicamente... claro, porque na vida real, eu costumo ter problemas em atravessar a rua... graças a minha singular cabeça de vento, que me faz ser uma constante quase vítima de atropelamentos)
Atravessar a rua é muito perigoso. Mas precisamos saber o que há do outro lado.
(por que a galinha atravessou a rua? )
(Uma família de tomates resolveu atravessar a estrada...)
A questão é que atravessamos a rua. Todos os 33 brasileiros. Com suas casas nas costas.
Para descobrir que o lado uruguaio, até então, não diferia em nada do lado brasileiro. A não ser pelo fato das placas estarem escritas em Espanhol. Brasileiros e uruguaios se confundem nas ruas, ambos caminham pelos dois lados.
Há muitas casas de cambio.
O que se eu soubesse antes, teria poupado uma peregrinação até o Bom Retiro.
Chuí. Um lado da rua é o Brasil... o outro é o Uruguai
Nosso grupo chegando no Chuí!!! Primeiros passos! Rumo ao Uruguai!
Ano Novo - e o diário de uma viagem especial
Primeira segunda-feira útil de 2010. Um dia, deveras, esquisito, todo ano...
Mas é hoje que inicio as primeiras linhas de um mini diário de viagem... de uma viagem de sensações... Uma viagem inesquecível que fiz... entre os últimos dias de 2009... hasta los primeros días de 2010.
Percorri uma parte do litoral do Uruguai a pé. Com apenas uma mochila de 12 kilos nas costas. E na companhia de 33 pessoas incrivelmente lindas e especiais.
E hoje, no primeiro raiar de sol do primeiro dia útil de 2010.... o céu está azul e o dia está lindo. E todos os poros do meu corpo continuam inundados das energias positivas dos últimos dez dias!
E as minhas sensações são muito gostosas. Estou queimada de sol. Linda. Com os músculos mais fortes e o corpo mais saudável. E dois kilos mais magra.
foi tudo bom...
... Mas no dia 24 de Dezembro eu não sabia de nada disso...
E aqui começa um diário, rabiscado em um bloquinho de notas entre areia... areia... e mais areia.
Que vou tentar recriar aqui... da forma que me for permitido. Da forma que as palavras permitirem. Com as limitações impostas por elas.
Começando do dia zero.
Dia 0 - (24/12) observação: Odeio o Natal!
(odeio mesmo. sentimentalismos falsos e bregas. consumismo exagerado. falsas promessas de uma felicidade esquisita vestida de vermelho e verde com neve de isopor.)
24/12 - noite de natal - sensações; falta, falta. Vazio, vazio. Saudades, saudades. Estar ao lado de inúmeras pessoas, querendo estar ao lado somente de uma.
Tristeza.
Dia 1 - (25/12) observação: Odeio o Facebook
Fui só dar uma olhada e dou de cara com ele. Lindo na foto. Sorrindo um sorriso que sempre foi o meu sorriso preferido. Apesar de raro. Lindo. Com um coração desenhado ao lado. Anunciando seu novo status. SOLTEIRO.
Eu já sabia (claro!!) Mas o anúncio público, como o sorriso e o coração desenhado pelo computador... me doeu de um jeito egoísta que não gosto. Me doeu como a certeza de perde-lo pra sempre. Fechei.
Virei as costas... e coloquei nelas o que seria tudo pra mim pelos próximos 10 dias.
12 kilos em forma de 4 peças de roupa. kit primeiros socorros. comida de acampamento. barraca.
Uma casa móvel nas costas. Como um caramujo. Rumei para o aeroporto.
Foi o primeiro passo para milhares de próximos passos inesquecíveis.
Como diz minha grande amiga Pati, uma alma apaixonada por Guimarães Rosa:
"Viver é muito perigoso!"
De fato. Por isso estava indo mergulhar no desconhecido...pessoas novas, um lugar novo, sem saber ao menos se meu corpo aguentaria...
Só pela curiosidade de ver o que tem ao dobrar a esquina.
E vcs não imaginam quanta coisa tem lá!
Mas é hoje que inicio as primeiras linhas de um mini diário de viagem... de uma viagem de sensações... Uma viagem inesquecível que fiz... entre os últimos dias de 2009... hasta los primeros días de 2010.
Percorri uma parte do litoral do Uruguai a pé. Com apenas uma mochila de 12 kilos nas costas. E na companhia de 33 pessoas incrivelmente lindas e especiais.
E hoje, no primeiro raiar de sol do primeiro dia útil de 2010.... o céu está azul e o dia está lindo. E todos os poros do meu corpo continuam inundados das energias positivas dos últimos dez dias!
E as minhas sensações são muito gostosas. Estou queimada de sol. Linda. Com os músculos mais fortes e o corpo mais saudável. E dois kilos mais magra.
foi tudo bom...
... Mas no dia 24 de Dezembro eu não sabia de nada disso...
E aqui começa um diário, rabiscado em um bloquinho de notas entre areia... areia... e mais areia.
Que vou tentar recriar aqui... da forma que me for permitido. Da forma que as palavras permitirem. Com as limitações impostas por elas.
Começando do dia zero.
Dia 0 - (24/12) observação: Odeio o Natal!
(odeio mesmo. sentimentalismos falsos e bregas. consumismo exagerado. falsas promessas de uma felicidade esquisita vestida de vermelho e verde com neve de isopor.)
24/12 - noite de natal - sensações; falta, falta. Vazio, vazio. Saudades, saudades. Estar ao lado de inúmeras pessoas, querendo estar ao lado somente de uma.
Tristeza.
Dia 1 - (25/12) observação: Odeio o Facebook
Fui só dar uma olhada e dou de cara com ele. Lindo na foto. Sorrindo um sorriso que sempre foi o meu sorriso preferido. Apesar de raro. Lindo. Com um coração desenhado ao lado. Anunciando seu novo status. SOLTEIRO.
Eu já sabia (claro!!) Mas o anúncio público, como o sorriso e o coração desenhado pelo computador... me doeu de um jeito egoísta que não gosto. Me doeu como a certeza de perde-lo pra sempre. Fechei.
Virei as costas... e coloquei nelas o que seria tudo pra mim pelos próximos 10 dias.
12 kilos em forma de 4 peças de roupa. kit primeiros socorros. comida de acampamento. barraca.
Uma casa móvel nas costas. Como um caramujo. Rumei para o aeroporto.
Foi o primeiro passo para milhares de próximos passos inesquecíveis.
Como diz minha grande amiga Pati, uma alma apaixonada por Guimarães Rosa:
"Viver é muito perigoso!"
De fato. Por isso estava indo mergulhar no desconhecido...pessoas novas, um lugar novo, sem saber ao menos se meu corpo aguentaria...
Só pela curiosidade de ver o que tem ao dobrar a esquina.
E vcs não imaginam quanta coisa tem lá!
Assinar:
Postagens (Atom)