30 março, 2010

Historinha

Primeiro foram as mordidas no sanduíche suculento... de carne rosada. Hambúrguer.
E ele olhava pra ela com aqueles olhos pretos. Olhos de anjo sem asas. E um sorriso que a deixava completamente sem graça.

E ele a adorava; Adorava o que ela falava. Como ela ria. E ela ia ficando cada vez mais a vontade... seus beijos iam ficando cada vez mais familiares.

Uma garrafa de vinho. E os beijos, de familiares iam se tornando indispensáveis, urgentes.

Parecia que se conheciam há meses... mas não chegava nem perto disso.

Ambos gozaram. E dormiram aquele sono pesado... que dura minutos mas parece toda a eternidade.
(os anjos não têm sexo?)

E, ao despertar, ela se encontrou de novo. Encontrou-se e encontrou onde estava. Novamente.


Ele percebeu a mudança; Apertava-a. Forte. “Fica aqui”

Não. Ela não queria ficar. Queria fugir. Sumir. Voltar. (voltar pra onde? Pra quando)
De repente o que parecia certo e familiar, tornou-se algo estranho. Monstruoso. E ela não cabia dentro de si. Como poderia caber dentro dele, mas não dentro de si?

Ela só coube em alguém. Uma vez.

E apavorada. Completamente apavorada. Ela fugiu.

Fugiu pra dormir o sono de minutos... e da eternidade... em outro lugar.

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