12 março, 2010

Pensei nisso agora

Vendo as cenas do filme que o Marcelo Coelho colocou nesse seu post, eu lembrei de uma coisa:

Sempre adorei animais. Desde pequenininha.

Passei a infância indo para o sítio do meu avô (já falei deles aqui). E lá, tinha um monte de animais. Selvagens e domesticados.

Não sei por que cargas d´água, eu me convenci que me comunicava com os animais. Achava mesmo que tinha o poder único na humanidade de conversar com os bichos.

Como a maioria dos bichos com os quais eu conversava eram amigos imaginários. Eu seguia papeando com eles no jardim da minha casa, em São Paulo.

Mas, invariavelmente, acabava indo testar essa comunicação, todas as férias, com os animais reais do sítio.


Chegava de mansinho... bem perto de um cavalo, vaca, bezerro, porco, galinha, gambá, passarinho, pintinho, ou seja lá que bicho eu encontrasse...
Ia chegando pra falar com ele... Ia conversando baixinho... e prestando atenção à resposta.

Ahhhh, mas eles sempre acabavam fugindo. Viravam as costas e saiam. Me ignorando sem a menor cerimônia.

Não respondiam, saiam e não olhavam pra trás.

Caraca! vendo as cenas do cavalo branco do post do Marcelo, me lembrei de como isso me doía.

Como me machucava essa esnobação toda.
Os bichos me deixavam, literalmente, falando sozinha.
E eu sofria um bocado.

Me sentia rejeitada. A última das criaturas. A menos interessante. A menos gostada.

Bom, não preciso nem dizer que, nessa idade, eu não tinha muitos amigos humanos, não é?
Talvez não tivesse mesmo nenhum.

Mas esses animais, obviamente, não me ignoravam por minha causa, conscientemente. Eles tampouco entendiam toda a importância de, naquele momento, me fazerem companhia, ou mesmo manter um diálogo com a minha pessoa.

A questão é que eu lembrei agora dessa sensação ruim.
Daí eu lembrei também que algumas pessoas, de vez em quando, agem como esses animais.

E com o tempo, depois de uns tombos, eu aprendi a não me importar tanto com isso.

Mas eu também me lembro bem, que muitas vezes algum cavalo ou bezerro, não fugia. Ao contrário, aceitavam minha companhia e meus afagos (e meu papo, confesso.)
E, cara, esse era realmente o ponto alto do meu dia!
Passava horas com a criaturinha...
Isso renovava, em segundos, a minha certeza de ser o único ser humano na Terra com poderes reais de me comunicar com os bichos!


Essa é a sorte que eu tenho em ter ao meu lado algumas pessoas especiais. Que renovam, diariamente, minha fé na humanidade.
E a certeza de que existe muita gente por aí que ficará esperando, sem fugir, quando eu chegar de mansinho... bem perto.

5 comentários:

  1. RO, obrigado pelo elogio ao trailer. espero, de verdade, que vc goste do filme.

    ah, e vc pode se comunicar com os animais... é que as vezes eles ficam sem saco p/e papo humano.

    bj

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  2. Nunca tentei falar com outros animais que não cachorros. rs

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  3. rsrsrs. Sem saco pra papo humano hahaha. Boa! É verdade, né?

    Os cachorros são ótimos pra papo! Mas sabe que os bezerros tbm... eles são do tipo engraçado.

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  4. Ultimamente quem anda sem saco pra papo humano sou eu.
    Preguiça do bicho gente elevada à décima potência.
    Nem oi, nem tchau. Só o silêncio.
    Pronto, passou. É só não parar na frente.
    E o mais incrível é que com os bichos gatos eu nem preciso falar.
    É só estar ali que a gente se entende.
    Carinho e pronto.
    Tá, tem algumas pessoas com quem também é assim, né Rô?
    Só estar do lado que tá tudo bem.
    =D

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  5. =D
    É! É bom ter amigos que basta o silêncio.

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