Eu fiz uma descoberta aterradora.
Descobri que sou mala!
É. Mala.
Meu namorado fala que eu sou mala. Mala!
Minha mãe fala que eu sou chata ( chata, na linguagem da minha mãe, significa mala)
Até minha avó disse que sou exagerada... meio chatinha...
Ok, admito. Sempre fui “Caxias”. Daquele tipo que, quando tem um compromisso marcado pras 09h, chega às 09h! Às vezes 08:50h.
Mas se descobrir uma mala, a essa altura, é algo duro de se lidar...
E admito que ainda to pensando no que fazer com essa informação.
Não sei se tento passar a ser legal... mas tenho medo de, desse modo, desestruturar toda minha personalidade. Sim, porque a sabidíssima Clarice Lispector já dizia:
“Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”
Não que meu edifício seja estruturado... não, não. Longe de mim ser estruturada.
Estruturada ( e equilibrada) são dois adjetivos que, confesso, busco muito. Mas essa busca já dura 26 anos e até agora... nada!
Mas voltando ao ser mala. A questão é a seguinte: Após me descobrir mala eu andei revisando muitos episódios da minha vida, e entrei na paranóia!
Será que aquele cara, que eu conheci naquela festa, há uns três anos, e que eu fiquei animadamente conversando entre um drink e outro, tava me achando mala!?!?
Naquela reunião de pauta, quando eu fiquei alguns minutos versando sobre como a psicologia pode explicar alguns comportamentos atípicos no ambiente de grandes multinacionais. Todos estavam me achando mala?!
Será que, depois de ver aquele filme super cabeça com o namorado, que eu fiquei apaixonadamente defendendo o meu ponto de vista sobre a direção e o andamento do roteiro, ele tava pensando “meus deus, eu namoro uma mala!?!?”
E minhas amigas?!!! Tantos anos de convivência!! Será possível que elas me adorem porque, APESAR de ser mala, eu sou engraçada!?!? Ou divertida!?!?!
Meu deus. Será que todo mundo já parou de ler esse post lá em cima, no terceiro parágrafo. Porque até ele, o pobre do post, tá mala!?!?!
Que droga. Eu que tava aprendendo a conviver com o diagnóstico de histeria. Agora vou ter que encarar uma paranóia! ( isso no melhor dos casos) Por que se for paranóia ótimo, o pior é se for chatice mesmo!
28 janeiro, 2009
26 janeiro, 2009
21 janeiro, 2009
SOBRE O ADEUS
Eu acabei de terminar uma pós graduação em semiótica psicanalítica. (sim, semiótica psicanalítica).
Porque eu queria entender mais sobre as pessoas e seus signos
(não, não são aqueles do zodíaco, pelo amor de deus!)
Eu estou preparando uma monografia sobre bilhetes de suicídio.
Porque sim, as pessoas se matam! Quer dizer, as pessoas nem sempre se matam. Elas deixam de viver.
Por mais que a nossa mesquinha e recalcada sociedade ainda não aceite isso. Tanto não aceita que a mídia, esse grande deus que nos diz como temos que pensar, não noticie (ou raramente noticie) esse tipo tão específico de morte.
E não sou eu que to dizendo isso! Dentre as minhas pesquisas, eu li um livro incrível de um jornalista ( não menos incrível) chamado Arthur Dapieve . O livro chama-se “Morreu na Contramão” e defende, por A mais B, isso que eu disse. Vale a pena!
Mas voltando ao elas deixam de viver... A Maria Lucia Dias sacou isso ao estudar um monte de bilhetes de suicídio.
“Pára o mundo que eu quero descer”. É bem isso.
Porque uma das certezas que a gente tem (por mais que se negue) quando estamos vivos, não é só a de que vamos morrer. Mas a de que podemos morrer. Se e quando quisermos.
E isso é tão libertador. Sim, porque lá no fundo todo mundo sabe que, se tudo der errado, mas muito errado mesmo, ainda tem uma saída.
Mas eu não me interesso pela saída. Me interessa o adeus.
Para uma apaixonada pelas letras, me interessa conhecer essas mensagens e o que elas têm de tão valiosas. Tão únicas. Tão importantes a ponto de serem a última coisa (ou A Coisa) que mereça ser escrita antes de deixar esse mundo. Aquilo que merece ser dito pela última vez. O último recado.
Às vezes é uma mensagem de alívio... tão calma e serena.... Às vezes é uma culpa, culpa de alguém, culpa do mundo... às vezes é uma dor sem tamanho... enfim...
Mas são, e dizem, algo dessas pessoas.
E como os livros dizem dos autores. E dizem de nós. E as músicas dizem dos compositores. E dizem de nós. E até os blogs dizem de seus escrivinhadores. E dizem daqueles que os lêem. É preciso aceitar que os bilhetes de adeus deles, dizem de nós.
E dizem do mundo que NÓS vivemos, e que ELES deixaram. E dizem das nossas dores. E de nossas culpas.
Bilhetes de suicídio talvez seja a literatura mais underground que exista. A mais proibida. A mais foda mesmo!
E mesmo assim. E talvez por isso. Seja uma literatura.
É uma literatura? É se alguém o lê. É se sentimos fundo ao lermos.
Eu leio. E sinto.
"O último poema
Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação."
Manuel Bandeira
Porque eu queria entender mais sobre as pessoas e seus signos
(não, não são aqueles do zodíaco, pelo amor de deus!)
Eu estou preparando uma monografia sobre bilhetes de suicídio.
Porque sim, as pessoas se matam! Quer dizer, as pessoas nem sempre se matam. Elas deixam de viver.
Por mais que a nossa mesquinha e recalcada sociedade ainda não aceite isso. Tanto não aceita que a mídia, esse grande deus que nos diz como temos que pensar, não noticie (ou raramente noticie) esse tipo tão específico de morte.
E não sou eu que to dizendo isso! Dentre as minhas pesquisas, eu li um livro incrível de um jornalista ( não menos incrível) chamado Arthur Dapieve . O livro chama-se “Morreu na Contramão” e defende, por A mais B, isso que eu disse. Vale a pena!
Mas voltando ao elas deixam de viver... A Maria Lucia Dias sacou isso ao estudar um monte de bilhetes de suicídio.
“Pára o mundo que eu quero descer”. É bem isso.
Porque uma das certezas que a gente tem (por mais que se negue) quando estamos vivos, não é só a de que vamos morrer. Mas a de que podemos morrer. Se e quando quisermos.
E isso é tão libertador. Sim, porque lá no fundo todo mundo sabe que, se tudo der errado, mas muito errado mesmo, ainda tem uma saída.
Mas eu não me interesso pela saída. Me interessa o adeus.
Para uma apaixonada pelas letras, me interessa conhecer essas mensagens e o que elas têm de tão valiosas. Tão únicas. Tão importantes a ponto de serem a última coisa (ou A Coisa) que mereça ser escrita antes de deixar esse mundo. Aquilo que merece ser dito pela última vez. O último recado.
Às vezes é uma mensagem de alívio... tão calma e serena.... Às vezes é uma culpa, culpa de alguém, culpa do mundo... às vezes é uma dor sem tamanho... enfim...
Mas são, e dizem, algo dessas pessoas.
E como os livros dizem dos autores. E dizem de nós. E as músicas dizem dos compositores. E dizem de nós. E até os blogs dizem de seus escrivinhadores. E dizem daqueles que os lêem. É preciso aceitar que os bilhetes de adeus deles, dizem de nós.
E dizem do mundo que NÓS vivemos, e que ELES deixaram. E dizem das nossas dores. E de nossas culpas.
Bilhetes de suicídio talvez seja a literatura mais underground que exista. A mais proibida. A mais foda mesmo!
E mesmo assim. E talvez por isso. Seja uma literatura.
É uma literatura? É se alguém o lê. É se sentimos fundo ao lermos.
Eu leio. E sinto.
"O último poema
Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação."
Manuel Bandeira
20 janeiro, 2009
Cartola, o documentário
Rio de Janeiro, 1908. Um mês separa a morte e o nascimento de dois homens. Enquanto o Brasil perdia Machado de Assis, nem notava que ganhava Cartola.
Dois gênios mulatos. Como outros mulatos marginalizados que sobrevivem nos becos dessa cidade. Mas a genialidade dos dois, as ruas do Rio não conseguiram sufocar.
Assim como Machado de Assis picotou em capítulos curtos um recorte da alma humana. Os diretores Lírio Ferreira e Hilton Lacerda teceram a partir de retalhos um recorte da alma de Cartola.
A sutil e real diferença entre fazer prosa e fazer poesia com imagens.
O documentário tem uma construção que amarra o espectador pelo peito, envolvendo-o em um labirinto diacrônico de tempo e espaço, mergulhando-o na realidade poética do samba carioca e na doçura de suas figuras.
O filme não faz com que você não entenda Cartola. Mas sinta Cartola.
Um Cartola que durante toda a vida transitou entre o sucesso e o fracasso. Saudado na Mangueira. Redescoberto como lavador de carros. Ora querido, ora esquecido.
Um boêmio que não hesitava em vender seus sambas por uns trocados.
De maneira despretensiosa e apaixonante, Cartola – Música para os olhos, por meio de raríssimas imagens de arquivo, vai conduzindo o espectador para o interior da Estação Primeira, por suas casas, por sua história e seus personagens. Transbordando o simples narrar de fatos de uma vida.
Em certo momento, o espectador está tão inebriado pelo clima criado pela poesia audiovisual dos diretores, que passa a perceber o significado da frase de Nelson Sargento:
“Cartola não existiu, foi um sonho que a gente teve”
E deixa a cadeira do cinema levitando. Engasgado com a beleza da simplicidade.
Se a borboleta preta de Memórias Póstumas expõe todo o cinismo e imperfeição dos homens. As caladas rosas de Cartola falam mais de paixão e saudades do que muitas páginas escritas.
E são essas metáforas que o documentário de Ferreira e Lacerda conseguiu tão bem reproduzir. Com fusões e cortes que explicitam mais do que escondem, e falam por si.
1908. Um ano que une Cartola e Machado.
Ambos não tiveram filhos. Mas vieram ao mundo para apaziguar nossos peitos. E fazer-nos esquecer, um pouco, o legado de nossa miséria.
Por fim...
Dois gênios mulatos. Como outros mulatos marginalizados que sobrevivem nos becos dessa cidade. Mas a genialidade dos dois, as ruas do Rio não conseguiram sufocar.
Assim como Machado de Assis picotou em capítulos curtos um recorte da alma humana. Os diretores Lírio Ferreira e Hilton Lacerda teceram a partir de retalhos um recorte da alma de Cartola.
A sutil e real diferença entre fazer prosa e fazer poesia com imagens.
O documentário tem uma construção que amarra o espectador pelo peito, envolvendo-o em um labirinto diacrônico de tempo e espaço, mergulhando-o na realidade poética do samba carioca e na doçura de suas figuras.
O filme não faz com que você não entenda Cartola. Mas sinta Cartola.
Um Cartola que durante toda a vida transitou entre o sucesso e o fracasso. Saudado na Mangueira. Redescoberto como lavador de carros. Ora querido, ora esquecido.
Um boêmio que não hesitava em vender seus sambas por uns trocados.
De maneira despretensiosa e apaixonante, Cartola – Música para os olhos, por meio de raríssimas imagens de arquivo, vai conduzindo o espectador para o interior da Estação Primeira, por suas casas, por sua história e seus personagens. Transbordando o simples narrar de fatos de uma vida.
Em certo momento, o espectador está tão inebriado pelo clima criado pela poesia audiovisual dos diretores, que passa a perceber o significado da frase de Nelson Sargento:
“Cartola não existiu, foi um sonho que a gente teve”
E deixa a cadeira do cinema levitando. Engasgado com a beleza da simplicidade.
Se a borboleta preta de Memórias Póstumas expõe todo o cinismo e imperfeição dos homens. As caladas rosas de Cartola falam mais de paixão e saudades do que muitas páginas escritas.
E são essas metáforas que o documentário de Ferreira e Lacerda conseguiu tão bem reproduzir. Com fusões e cortes que explicitam mais do que escondem, e falam por si.
1908. Um ano que une Cartola e Machado.
Ambos não tiveram filhos. Mas vieram ao mundo para apaziguar nossos peitos. E fazer-nos esquecer, um pouco, o legado de nossa miséria.
Por fim...
16 janeiro, 2009
Pão com manteiga e açúcar
Outro dia me veio à memória a época em que eu tinha uns nove anos. Poucas pessoas lembram dessa época da vida, infelizmente. Eu lembro bastante da minha infância, em flashes, de vez em quando.
Quando eu tinha nove anos o mundo era do tamanho do sítio do meu avô. Os sonhos brotavam em árvores. E como era fácil conversar com as flores, entender os cachorros, falar com as árvores...
Naquela idade eu queria ter um gato branco de olhos azuis, eu tinha muitos amigos invisíveis e gostava muito de comer pão com manteiga e açúcar. E quando chorava, gostava de sentir a lágrima escorrendo pelo meu rosto, até chegar à boca para eu saboreá-la, salgadinha.
Não é mais assim. Os choros urbanos são mais pesados. São cinzas, da cor do asfalto.
Eu não gostava do jeito dos adultos, dizia que eu nunca seria como eles, e não fui. Até o dia do meu primeiro choro pesado, quando pela primeira vez, ao invés de chorar, eu soquei a parede, e ao invés do alívio, me veio um enorme aperto no peito e, por causa disso, eu respondi a alguém com raiva, então eu vi que não tinha mais jeito, já era tarde demais... aí eu chorei, chorei porque não tinha mais nove anos. Mas não chorei o choro leve e verde de outrora.
Hoje eu não como mais pão com manteiga e açúcar. O mundo é imensamente maior que o sítio do meu avô, e eu vivo na ansiedade de agarrá-lo inteiro, e sacudi-lo.
Os sonhos já não brotam mais, despencaram, despencam, e gritam no meu ouvido, eu descobri que sonhar dá trabalho.
Mas eu ainda converso com as árvores, e o mais incrível, é que elas ainda me respondem!
---
Eu achei isso na gaveta outro dia...
Escrevi há uns cinco ou seis anos atrás.
Engraçado reler. Engraçado ver como eu pensava e sentia.
Engraçado perceber que talvez, o modo de pensar e sentir não tenha mudado tanto assim...
Ou será que sim?
Quando eu tinha nove anos o mundo era do tamanho do sítio do meu avô. Os sonhos brotavam em árvores. E como era fácil conversar com as flores, entender os cachorros, falar com as árvores...
Naquela idade eu queria ter um gato branco de olhos azuis, eu tinha muitos amigos invisíveis e gostava muito de comer pão com manteiga e açúcar. E quando chorava, gostava de sentir a lágrima escorrendo pelo meu rosto, até chegar à boca para eu saboreá-la, salgadinha.
Não é mais assim. Os choros urbanos são mais pesados. São cinzas, da cor do asfalto.
Eu não gostava do jeito dos adultos, dizia que eu nunca seria como eles, e não fui. Até o dia do meu primeiro choro pesado, quando pela primeira vez, ao invés de chorar, eu soquei a parede, e ao invés do alívio, me veio um enorme aperto no peito e, por causa disso, eu respondi a alguém com raiva, então eu vi que não tinha mais jeito, já era tarde demais... aí eu chorei, chorei porque não tinha mais nove anos. Mas não chorei o choro leve e verde de outrora.
Hoje eu não como mais pão com manteiga e açúcar. O mundo é imensamente maior que o sítio do meu avô, e eu vivo na ansiedade de agarrá-lo inteiro, e sacudi-lo.
Os sonhos já não brotam mais, despencaram, despencam, e gritam no meu ouvido, eu descobri que sonhar dá trabalho.
Mas eu ainda converso com as árvores, e o mais incrível, é que elas ainda me respondem!
---
Eu achei isso na gaveta outro dia...
Escrevi há uns cinco ou seis anos atrás.
Engraçado reler. Engraçado ver como eu pensava e sentia.
Engraçado perceber que talvez, o modo de pensar e sentir não tenha mudado tanto assim...
Ou será que sim?
15 janeiro, 2009
Porque eu gosto de ler...
Porque eu gosto de ler...
... eu gosto de ler Quintana.
“Os espelhos quebrados têm muito mais luas.“
Quantas páginas poderiam ser escritas para analisar estes versos?
Mas nenhuma das tantas caberiam nesses versos. Nenhuma, das possíveis quinhentas, faria tanto sentido.
Esse é o milagre do poeta. O da simplicidade. O de dizer com palavras. Mas as palavras certas, no lugar certo. E, se falei em simplicidade, quis dizer Quintana.
Mário Quintana rabisca pensamentos como quem rabisca idéias esparsas em um caderno, quando ta pensando em outra coisa.
Quantos cadernos foram rabiscados com frases nascidas em mentes que foram dar uma voltinha em outro mundo enquanto o corpo esculturava-se em uma aula de química qualquer...
Quantos pensamentos puros pularam da cabeça e foram morar no papel simplesmente porque eles não podem mais viver aprisionados e precisam correr pelo mundo....
Pois os pensamentos mais simples e deliciosamente tocantes que, parece-me, sempre pertenceram ao mundo, como a Lua, estão rabiscados no Caderno H de Quintana.
O Caderno H de Quintana é um punhado de palavras, que nos tocam como uma brisa suave no rosto. E nos dizem tanto....
... eu gosto de ler Quintana.
“Os espelhos quebrados têm muito mais luas.“
Quantas páginas poderiam ser escritas para analisar estes versos?
Mas nenhuma das tantas caberiam nesses versos. Nenhuma, das possíveis quinhentas, faria tanto sentido.
Esse é o milagre do poeta. O da simplicidade. O de dizer com palavras. Mas as palavras certas, no lugar certo. E, se falei em simplicidade, quis dizer Quintana.
Mário Quintana rabisca pensamentos como quem rabisca idéias esparsas em um caderno, quando ta pensando em outra coisa.
Quantos cadernos foram rabiscados com frases nascidas em mentes que foram dar uma voltinha em outro mundo enquanto o corpo esculturava-se em uma aula de química qualquer...
Quantos pensamentos puros pularam da cabeça e foram morar no papel simplesmente porque eles não podem mais viver aprisionados e precisam correr pelo mundo....
Pois os pensamentos mais simples e deliciosamente tocantes que, parece-me, sempre pertenceram ao mundo, como a Lua, estão rabiscados no Caderno H de Quintana.
O Caderno H de Quintana é um punhado de palavras, que nos tocam como uma brisa suave no rosto. E nos dizem tanto....
Depois...
Depois eu fiquei pensando que não era de bom tom postar poemas em um blog...
Mas dá para deletar uma coisa dessas?
Se não se deleta a bebedeira da noite anterior.
Não se deleta uma traição,
e nem aquele fora incrível que você deu com sua chefe.
É... não dá pra deletar nada na vida. Nem voltar atrás.
Que bom!
Mas dá para deletar uma coisa dessas?
Se não se deleta a bebedeira da noite anterior.
Não se deleta uma traição,
e nem aquele fora incrível que você deu com sua chefe.
É... não dá pra deletar nada na vida. Nem voltar atrás.
Que bom!
14 janeiro, 2009
NÃO FAÇO NADA A NOITE
Se um dia você vir
Na frente de um buteco
Em pé parada
Cigarro aceso
Fingindo fazer
Vire-se e mire nos olhos
Serão verdes
Serei eu
Na frente de um buteco
Em pé parada
Cigarro aceso
Fingindo fazer
Vire-se e mire nos olhos
Serão verdes
Serei eu
13 janeiro, 2009
Presente de aniversário
"Eu costumo ser tão boa com as palavras...
Mas não foi fácil te escrever alguma coisa!
Eu costumo falar muito, e falo.
E, ao seu lado, eu adoro escutá-lo quieta.
Um silêncio doce. Que a vontade que eu sinto de passar a língua no seu pescoço preenche. Só.
É tão bom se perder... e eu to bem perdida desde aquele beijo, que me deixou com cara de “ué”. E tá me deixando até hoje.
Um medinho o tempo todo, um querer acertar meio infantil.
Você ta me deixando deliciosamente perdida.
Perdida a ponto de não ter certeza nem de que eu devia estar te escrevendo isso.
Mas a vontade me basta.
Será que invertemos a ordem das coisas, como você me escreveu? Talvez. E que bom.
E essa saudade que dá, meio seca, de estar longe, não deve ser um mau sinal.
É que nós fomos pegos assim meio distraídos...
E distraidamente eu me pego pensando em alguém que eu não pensava há pouco.
Queria te escrever algo bonito. De aniversário
Mas só consigo pensar na sua boca. E no seu abraço que me deixa sem ar.
Vou ficar devendo dessa vez...
Um beijo."
Eu escrevi esse presente para o primeiro aniversário do namorado.
Eu entreguei? Não lembro...
Mas não foi fácil te escrever alguma coisa!
Eu costumo falar muito, e falo.
E, ao seu lado, eu adoro escutá-lo quieta.
Um silêncio doce. Que a vontade que eu sinto de passar a língua no seu pescoço preenche. Só.
É tão bom se perder... e eu to bem perdida desde aquele beijo, que me deixou com cara de “ué”. E tá me deixando até hoje.
Um medinho o tempo todo, um querer acertar meio infantil.
Você ta me deixando deliciosamente perdida.
Perdida a ponto de não ter certeza nem de que eu devia estar te escrevendo isso.
Mas a vontade me basta.
Será que invertemos a ordem das coisas, como você me escreveu? Talvez. E que bom.
E essa saudade que dá, meio seca, de estar longe, não deve ser um mau sinal.
É que nós fomos pegos assim meio distraídos...
E distraidamente eu me pego pensando em alguém que eu não pensava há pouco.
Queria te escrever algo bonito. De aniversário
Mas só consigo pensar na sua boca. E no seu abraço que me deixa sem ar.
Vou ficar devendo dessa vez...
Um beijo."
Eu escrevi esse presente para o primeiro aniversário do namorado.
Eu entreguei? Não lembro...
09 janeiro, 2009
segunda...
Acabei de chegar de mais um fim de semana trash na minha empreitada pela vida seguida pela inevitável Lei de Murphi que me assola, banhada pela geladíssima Skol e pela puríssima Smirnoff, além de, obviamente, horas dentro do mar, porque é meu território. Não dormi novamente. Aceito, esta será minha sina, nunca mais dormir uma noite de Domingo para Segunda sequer.
Ah... a insônia...
A parte boa de ter insônia?
Hummm... ainda estou pra descobrir, mas uma coisa é certa. Quem tem insônia não se preocupa em acordar cedo... ou melhor... já que o insone não acorda, ele simplesmente desiste de ficar na cama.
Ok, faz três anos que convivo com uma insônia... essa doencinha que costuma atacar escritores e boêmios em geral.
Graças a ela descobri que nada me faz sair da cama antes das nove da manhã ( já que eu costumo pegar no sono só quando os passarinhos começam a cantar) Ainda bem que o meu emprego me permite as regalias de não ter horário para chegar ( nem para sair).
De todo jeito, como trabalho com as letrinhas, minhas insônias costumam me render boas frases, às vezes, parágrafos inteiros... todos rabiscados em um papelzinho que mora no meu criado-mudo.
Ganhei uma habilidade incrível para escrever no escuro.
Portanto, relevem a linguagem solta desse blog
Alguns posts com certeza terão nascido nas minhas obscuras madrugadas de olhos bem abertos!
Hummm... ainda estou pra descobrir, mas uma coisa é certa. Quem tem insônia não se preocupa em acordar cedo... ou melhor... já que o insone não acorda, ele simplesmente desiste de ficar na cama.
Ok, faz três anos que convivo com uma insônia... essa doencinha que costuma atacar escritores e boêmios em geral.
Graças a ela descobri que nada me faz sair da cama antes das nove da manhã ( já que eu costumo pegar no sono só quando os passarinhos começam a cantar) Ainda bem que o meu emprego me permite as regalias de não ter horário para chegar ( nem para sair).
De todo jeito, como trabalho com as letrinhas, minhas insônias costumam me render boas frases, às vezes, parágrafos inteiros... todos rabiscados em um papelzinho que mora no meu criado-mudo.
Ganhei uma habilidade incrível para escrever no escuro.
Portanto, relevem a linguagem solta desse blog
Alguns posts com certeza terão nascido nas minhas obscuras madrugadas de olhos bem abertos!
08 janeiro, 2009
pra falar pro namorado - quando você não consegue vê-lo.
Essa coisa de morar em São Paulo, trabalhar em São Paulo, ser mil e uma...
Às vezes dói e a gente nem sabe porque...
Pior, às vezes dói e a gente nem sente!
"Oi
Fiquei com vontade de te escrever qualquer coisa. Só pra falar com você. Já que não dá pra ficar calada ao seu lado, eu fico monologando distante.
Tá tudo.
MUITO solicitada no trabalho.
MUITO solicitada no CAOS
Com mil coisas pra fazer de chatas
Com mil coisas na cabeça
Comi muito chocolate
tomei muita ceveja. E to saindo pra tomar ainda mais.
Celular não pára um minuto. Um minuto sequer
Quero ver todo mundo. Todo mundo quer me ver. Eu não quero ver ninguém.
Tenho compromissos
Tenho desejos
Tenho sonhos
To ansiosa
Só quero dormir. Dormir durante umas duas semanas
O que se faz num momento desses? Hein??
Tá, finge que eu não falei nada. Finge que eu to só calada ao seu lado.
Eu só choro e gargalho, soluço e gargalho. Caralho!
Só quero deitar no seu antebraço..."
Às vezes dói e a gente nem sabe porque...
Pior, às vezes dói e a gente nem sente!
"Oi
Fiquei com vontade de te escrever qualquer coisa. Só pra falar com você. Já que não dá pra ficar calada ao seu lado, eu fico monologando distante.
Tá tudo.
MUITO solicitada no trabalho.
MUITO solicitada no CAOS
Com mil coisas pra fazer de chatas
Com mil coisas na cabeça
Comi muito chocolate
tomei muita ceveja. E to saindo pra tomar ainda mais.
Celular não pára um minuto. Um minuto sequer
Quero ver todo mundo. Todo mundo quer me ver. Eu não quero ver ninguém.
Tenho compromissos
Tenho desejos
Tenho sonhos
To ansiosa
Só quero dormir. Dormir durante umas duas semanas
O que se faz num momento desses? Hein??
Tá, finge que eu não falei nada. Finge que eu to só calada ao seu lado.
Eu só choro e gargalho, soluço e gargalho. Caralho!
Só quero deitar no seu antebraço..."
Pra abrir
Passei por Stanford Upon Avon e pelo Louvre.
Na época estava experimentando a vontade de entender o mundo, para pôr em prática minha ambição de mudá-lo. Mudar o mundo.
Atriz recém formada, poeta das noites de insônia e futura escritora... e mergulhadora (para entender o mundo inteiro)
E como vivê-lo sem conhecer à fundo as cores e o silêncio que nunca se experimentarão na terra.
Na época estava experimentando a vontade de entender o mundo, para pôr em prática minha ambição de mudá-lo. Mudar o mundo.
Atriz recém formada, poeta das noites de insônia e futura escritora... e mergulhadora (para entender o mundo inteiro)
E como vivê-lo sem conhecer à fundo as cores e o silêncio que nunca se experimentarão na terra.
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