03 dezembro, 2009

Relâmpagos

Eu gosto de olhar relâmpagos no céu.


Aprendi com o meu avô.
Quando eu era menor, nós dois sentávamos na varanda do sítio, um pouco antes da tempestade. Olhávamos para o horizonte, excitados com os relâmpagos riscando o céu.

E era só começar a chover que ele corria para a piscina. Para desespero da minha avó, que sempre gritava:

"Ibanez, aqui no sítio não tem pára-raio!!" Não adiantava nada.



Nessa época ele me dava vários conselhos. Estranhos para alguns. Valiosíssimos pra mim.
Alguns deles envolviam fúrias naturais.
Ele dizia:

"Se um dia você estiver na praia e começar uma tempestade... lembre-se: você não pode ser o ponto mais alto.
Corra para o mar, afunde e fique só com o nariz para fora, assim ( e ele mostrava).
Mais nada, só o nariz. Assim você estará segura."

Ou

" Se um dia você estiver na praia, repare... o mar sempre recua antes de crescer em uma nova onda.
Se você perceber que o mar recuou, recuou, e está recuando demais... Corre! Mas corre muito. Porque a onda que irá vir você não vai querer enfrentar. Chama Tsunami."

Meu avô é simplesmente a pessoa mais incrível do mundo. E a pessoa que mais amo também.

Agora pouco começou uma tempestade. E eu corri pra ver. Na esperança de testemunhar algum relâmpago cortando o céu.

2 comentários:

  1. Adorei!
    E obviamente imagieni vc com o nariz pra fora dentro do mar... ou correndo que nem uma louca pra fugir da onda grande, porque eu duvido que, quando era criança, vc sabia falar Tsunami.
    hahahaha
    Seu avô é incrível mesmo.

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